Prezado aluno,
Seja bem vindo ao conteúdo da disciplina de Organização e Didática na Educação Infantil. Desejamos que seus esforços sejam
produtivos e possam atingir os objetivos que tanto almejamos! As aulas Web são elaboradas com a finalidade de complementar
e aprofundar os conteúdos que foram ministrados durantes as tele-aulas, por isso, é importante que você, além de fazer as
leituras, realize também as atividades e participe do fórum de discussão que será proposto para que possa interagir com os
seus colegas do curso e professor. A disciplina busca contribuir com o aprofundamento dos conhecimentos pedagógicos da
Educação Infantil e está baseada em um saber científico e prático, dessa forma, apresento a ementa da disciplina:
Fundamentos da Educação Infantil. Planejamento, rotinas e avaliação. O profissional da Educação Infantil: identidade,
formação e profissionalização. O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil.
Então, vamos começar, conhecendo os objetivos específicos de nossa disciplina:
- Reconhecer o planejamento de ensino como articulador da prática pedagógica na educação infantil;
- Identificar os princípios e os eixos da educação infantil, expressos no Referencial Curricular Nacional para Educação
Infantil;
- Verificar as concepções atuais sobre a formação de professores, refletindo sobre a construção da identidade profissional.
Após o término de cada unidade de estudo, será realizada uma avaliação para verificar como foi o seu aproveitamento, sendo
que a mesma estará em consonância com os tópicos abordados e objetivos estabelecidos.
Bom trabalho a todos!
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ORGANIZAÇÃO E DIDÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL1
Para que o professor seja competente, não basta o domínio de conhecimentos, recursos e algumas técnicas de ensinar, mas ser
um profissional autônomo, criativo e que tenha compromisso com as necessidades dos alunos. Dessa forma, deve prever a
articulação entre aprendizagem e os cuidados diários, respeitando o ritmo e o desenvolvimento da criança. O planejamento
permite uma prática estruturada, pois envolve organização, sendo algo em permanente construção, flexível e composto por um
conjunto de ações, voltada aos objetivos educacionais. Um processo contínuo de tomada de decisões, que deve contemplar o
educar, o cuidar e o brincar, contribuindo para a autonomia das crianças, o conhecimento do seu corpo, a expressão artística,
a linguagem oral, entre outros. O professor deve ter clareza da importância de planejar o trabalho pedagógico, o qual deve
elaborar contemplando os momentos de rotina e os eixos da educação infantil: movimento, música, artes visuais, linguagem oral
e escrita, matemática, e natureza e sociedade.
O planejamento, além de contribuir com a programação da rotina, possibilita o desenvolvimento da aprendizagem significativa,
o registro das ações desenvolvidas e a avaliação do processo através de momentos a individuais e coletivo. Promove a
intencionalidade da ação, atende aos interesses das crianças, a complexidade da proposta e a interação entre os envolvidos,
ou seja, professores e alunos.
No início do ano letivo, a escola tem espaço destinado para elaboração do planejamento escolar, com o acompanhamento da
equipe pedagógica. Contudo, percebemos certa descrença do professor em relação aos planos, como podemos observar nos dizeres
abaixo que Vasconcellos (2000) extraiu do cotidiano escolar:
O que dizem os professores (1)
O planejamento é uma estruturação inútil. É mera burocracia. Serve apenas para cumprir as exigências burocráticas. É perda de
tempo! Não serve para nada, é algo estéril. Para quê planejar, se já vem tudo pronto o que devemos dar? O planejado com muita
antecipação é inviável, devido às variações do cotidiano. Na hora de planejar, tudo bem, mas depois.....Planejamento bem
elaborado que só permanece no papel. A prática fica a desejar. Falta aplicação no dia-a-dia. Não adianta planejar: são tantos
alunos, cada um com seu ritmo e jeito de aprender....
O que dizem os professores (2)
Planejar é se amarrar é perder a liberdade. Escraviza o trabalho do professor; camisa de força. Pode nos podar, acabar com
nossa criatividade e as necessidades do aluno e da classe. Há uma cobrança muito grande para cumprir o programa. Eu tenho
medo de não cumprir o que planejei. A culpa, como sempre é do professor. Quando é exigido seu cumprimento, sem dar
importância se o aluno aprendeu o conteúdo, quando não pode ser refeito, tornando-o inflexível. Não pode ser reformulado
quando necessário. O plano vira um fim em si mesmo, não dá liberdade do aluno participar.
Após esta leitura é sua vez de contribuir, acesse o Fórum e faça um comentário em defesa do planejamento, demonstrando sua
importância e necessidade.
Os professores apesar de considerarem a importância do planejamento colocam uma série de obstáculos em sua realização,
percebendo-o apenas como algo burocrático, que é realizado por imposição da equipe pedagógica, como ato de preencher papéis.
Contudo, se não houvesse a cobrança, trabalhariam por longo tempo sem realizar planejamento, o que nos leva de maneira geral
a acreditar que esta prática está marcada pela descrença dos professores. Os professores precisam ser sensibilizados sobre a
necessidade de transformação.
Para planejar temos que ter claro o educando que queremos formar e a escola que temos e queremos, ter clareza quanto a nossa
concepção de escola e sociedade. Implica em uma tomada de decisão, onde precisamos saber o que pretendemos (objetivos), o que
ensinar? (conteúdos), como ensinar? (metodologia), como verificar se atingiram os objetivos? (avaliação). Planejar conduz a
transformação da prática pedagógica, sendo um meio e não um fim em si mesmo. Só podemos ensinar bem, se sabemos onde queremos
chegar.
Para planejar precisamos levar em conta algumas etapas:
Conhecimento da realidade - é importante conhecer as características e problemas que envolvem a realidade onde vai atuar,
momento de levantamento de dados sobre a realidade, uma sondagem para levantar os conhecimentos prévios do aluno.
Delimitação dos objetivos de ensino - Correspondem as finalidades da nossa ação educativa e são classificados em dois níveis:
Objetivos gerais: são aqueles previstos para um determinado grau ou ciclo, para uma escola ou área de estudos e que serão
alcançados em longo prazo. Exemplo: Ao término do curso, os alunos deverão ser capazes de...
Objetivos específicos: são aqueles definidos especificamente para uma disciplina, uma unidade de ensino ou uma aula. Exemplo:
Ao término da aula, os alunos deverão ser capazes de... (comportamento observável).
Os objetivos devem ser redigidos com linguagem clara e precisa, os objetivos gerais podem ser desmembrados em vários
objetivos específicos a serem alcançados em curto prazo.
Conteúdo – deve ser significativo, voltado para os interesses e necessidades dos alunos, o qual não deve ser trabalhado de
forma fragmentada, e possibilitar a interdisciplinaridade e visão crítica do aluno.
Metodologias de Ensino - Um dos fatores que norteiam a ação docente é a escolha dos métodos de ensino, que objetivam a
aprendizagem do aluno e a construção do conhecimento.
Devemos partir do princípio que os métodos são meios facilitadores do processo de ensino aprendizagem, no qual, teorias
pedagógicas e didáticas redefinem o significado da práxis. Podem ser selecionados de acordo com as necessidades de cada
conteúdo trabalhado, deve promover a problematização dos conteúdos e da prática social do aluno.
Recursos de Ensino – meios para orientar a aprendizagem do aluno e envolve os materiais que poderão ser utilizados no
desenvolvimento do trabalho.
Avaliação da Aprendizagem – deve levar em consideração a promoção da aprendizagem. A avaliação da aprendizagem permite
acompanhar o processo de construção de conhecimento por parte do aluno, e o professor pode agir sobre estes resultados,
revendo as falhas e verificando a evolução do aluno.
O professor precisa delimitar os objetivos a serem atingidos em relação a um determinado conteúdo e a avaliação não deve ser
pensada como um fim em si mesmo, mas ser vista como uma forma de se obter informações para trabalhar os resultados
apresentados e para isso deve utilizar-se de uma variedade de instrumentos.
WEB-AULA 2
ORGANIZAÇÃO E DIDÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
O professor ao elaborar o seu planejamento de ensino, deve prever a criação de espaços lúdicos que envolvam jogos, brinquedos
e brincadeiras. É importante que a metodologia contribua para a autonomia do aluno, onde a criança possa ter liberdade de
escolha.
O brincar contribui para a aprendizagem, o desenvolvimento cognitivo e motor da criança, possibilita o seu desenvolvimento e
o seu processo de socialização. Por meio do brincar, a criança aprende de forma prazerosa, vivencia situações concretas de
aprendizagem, sente-se motivada, desafiada, amplia a sua linguagem.
É necessário que o professor insira o brincar em seu planejamento, pois sabemos que, por meio do brinquedo, a criança
constrói o seu universo, manipulando-o e trazendo para a sua realidade situações inusitadas do seu mundo imaginário.
A nosso ver, o brincar desenvolve o pensamento, as crianças aprendem por descoberta e buscam soluções para situações-problema
que vivenciam. Autores afirma que este promove a atenção e a concentração e as crianças aprendem da forma que mais gostam,
através de atividades espontâneas e dirigidas.
O caráter educativo do brincar deve ser visto como uma atividade formativa, que possibilite o desenvolvimento integral do
sujeito quer seja, na sua capacidade física, intelectual e moral, como também a constituição da individualidade, a formação
do caráter e da personalidade de cada um. Na fase dirigida há a presença das brincadeiras como atividades cujo objetivo
específico é o de promover a aprendizagem de um determinado conceito, ou seja, além de serem marcados pela intencionalidade
do educador.
Ao brincar, os alunos reproduzem várias situações do seu dia-a-dia, trocam informações, saberes, comunicam-se, cabe ao
educador, possibilitar diversas experiências que envolvam músicas, sons de objetos, animais entre outros.
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AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL1
A avaliação na Educação lnfantil apresenta especificidades que a diferem da avaliação no ensino fundamental ou médio. É o
momento de registrar o desenvolvimento da criança, pois deve ser avaliada de acordo com o seu ritmo próprio, subsidiado por
informações extra-escola, notadamente sobre o seu comportamento em casa (sono, alimentação, disposição para brincar,
demonstrações de afeto, medos, rancores), e manter indicadores para as avaliações seguintes, que determinarão as intervenções
pedagógicas necessárias
O desempenho e as reações do avaliado nas várias atividades podem refletir o seu nível de cognição e o seu grau de
desenvolvimento. A avaliação na, Educação Infantil, deve auxiliar o processo de aprendizagem e fortalecer a auto-estima das
crianças, permitindo que elas acompanhem suas conquistas, suas dificuldades e suas possibilidades ao longo do tempo.
O professor de Educação Infantil deve ter em mente que ao avaliar uma situação ele não pode valorar a dificuldade do aluno,
mas sim, verificar se essa situação é importante e qual é o grau da dificuldade que o aluno possui. Também o responsável pela
sala deve estar atento ao estágio de desenvolvimento cognitivo no qual a criança se encontra e assim poderá intervir e
planejar sua prática pedagógica, propiciando condições ao aluno para que supere as suas dificuldades.
Na Educação Infantil as atividades de avaliação devem ser mais convidativas e possibilitar momentos de participação
espontânea e dirigida que propiciem a expressão real do que elas apreenderam.
A Avaliação Formativa na Educação Infantil
A avaliação formativa nessa modalidade de ensino é gradual e seqüencial, avaliando não a criança apenas, mas principalmente
as situações de aprendizagem que lhe são oferecidas, as oportunidades e experiências que vivencia e das quais decorrem as
expectativas dos resultados de sua avaliação. Por exemplo, um aluno somente conhecerá os nomes dos colegas de sala, se lhe
foi oportunizada essa informação, sua utilidade e importância.
Sobre a avaliação, o RCNEI – Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, sugere a avaliação formativa.
Observa-se que no volume 2 da obra (Formação Pessoal e Social), a avaliação está no item: observação, registro e avaliação
formativa, que traz a seguinte introdução:
A observação das formas de expressão das crianças, de suas capacidades de concentração e envolvimento nas atividades, de
satisfação com sua própria produção e com suas pequenas conquistas é um instrumento de acompanhamento do trabalho que poderá
ajudar na avaliação e no replanejamento da ação educativa. (BRASIL, 1998, p. 66)
Partindo do princípio de que a avaliação formativa baseia-se na interação da criança com o meio, a intervenção do professor
ocorre como um mediador de relacionamentos, de provocador de dúvidas e estimulador de pesquisa. Como consta no RCNEI:
A intervenção do professor é necessária para que, na instituição de educação infantil, as crianças possam, em situações de
interação social ou sozinhas, ampliar suas capacidades de apropriação dos conceitos, dos códigos sociais e das diferentes
linguagens, por meio da expressão e comunicação de sentimentos e idéias, da experimentação, da reflexão, da elaboração de
perguntas e respostas, da construção de objetos e brinquedos etc. Para isso, o professor deve conhecer e considerar as
singularidades das crianças de diferentes idades, assim como a diversidade de hábitos, costumes, valores, crenças, etnias
etc. das crianças com as quais trabalha respeitando suas diferenças e ampliando suas pautas de socialização. (BRASIL, 1998,
vol. 1, p. 30)
Na Educação Infantil deve conhecer seu alunos, seus interesses, necessidades e possibilidades, para que possa planejar
adequadamente e realizar a avaliação de forma contínua. É importante observar as dificuldades apresentadas pelas crianças,
para que posamos intervir e nesse momento retomar os objetivos para verificar em que mediada foram atingidos ou não
As vantagens dessa modalidade de avaliação é a igualdade de tratamento que se busca dar a todas as crianças, tanto nas
oportunidades como no atendimento às dificuldades. Também o registro diário multiplica as chances de acompanhamento das
crianças pelo professor, que durante todo o período verifica o estágio de aprendizado dos alunos. É a proximidade preconizada
no RCNEI:
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que
possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em
uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade
social e cultural. Neste processo, a educação poderá auxiliar o desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento
das potencialidades corporais, afetivas, emocionais, estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de
crianças felizes e saudáveis. (BRASIL, 1998, vol. 1, p. 23).
Dentro do sistema educacional brasileiro, existem situações problemáticas a serem enfrentadas. Uma delas é o aspecto terminal
dado à Educação Infantil, que causa uma ruptura entre essa fase e o Ensino Fundamental. É como se as duas etapas fossem
cursos diferentes, tanto que algumas escolas adotam a formatura da educação infantil. Outra discussão ocorria até a recente
mudança para o ensino fundamental de nove anos, porque até então, a criança ingressava no ensino fundamental aos sete anos de
idade, desde que tivesse atingido padrões de aprendizagem de leitura e escrita definidos como mínimos aceitáveis para esse
ingresso no ensino fundamental. Caso contrário, permaneceria na chamada classe de alfabetização.
Observa-se que nos Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil, consta que:
A avaliação na Educação Infantil é definida a partir dessa concepção de desenvolvimento integrado, e assim deve ser
processual acontecendo de forma sistemática e contínua. Seu acompanhamento e registro têm objetivos de diagnóstico e não de
promoção ou retenção, exigindo a redefinição das estratégias metodológicas utilizadas com as crianças de 0 até 6 anos de
idade. (BRASIL, 2006, vol. 1, p. 32)
A avaliação não se presta, portanto, para o propósito de classificar o aluno ao ano escolar que o mesmo deve ser mantido ou
matriculado. Porque se assim for, incorre-se no maior problema da avaliação classificatória, onde um número (nota) define o
futuro do aluno, se ele permanece em determinada série ou progride para o próximo. A progressão definida somente nas notas
atribuídas em provas esparsas torna a evolução serial em um mecanismo automático, uma máquina separadora, onde a escola pode
decidir os rumos do aluno, transformando-o em um operário, automatizado e despreparado.
Não se trata apenas da progressão continuada, possível pelo parágrafo 2º do artigo 32 da LDB e que não é objeto do presente
estudo, mas do fato de que qualquer que seja a forma de progressão, a mera avaliação por notas isoladas não pode justificar a
movimentação do aluno entre os anos.
Importante também observar que existe um equívoco da chamada “classe de alfabetização”, que define o critério de
alfabetização como requisito para a passagem ao ensino fundamental, fazendo com que crianças que não tenham atingido os
padrões desejáveis de leitura e escrita não possam ingressar na fase seguinte, embora já tenham assimilado níveis
satisfatórios em outros campos de conhecimento (BRASIL, 1998, vol. 1, p. 59).
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AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Na avaliação escolar são necessários instrumentos que acompanhem o processo de construção do conhecimento escolar, dessa
forma, deve se considerar a utilização de instrumentos diversificados, que alcancem as especificidades da evolução da
criança. No Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil encontramos que
A avaliação não se dá no momento final do trabalho. É tarefa permanente do professor, instrumento indispensável à
constituição de uma prática pedagógica e educacional verdadeiramente comprometida com o desenvolvimento das crianças (BRASIL,
1998, v. 3, p. 203).
Os instrumentos avaliativos mais utilizados nessa modalidade de ensino são a observação e o registro respectivo.
Documentalmente, o instrumento de avaliação mais comum é o relatório, onde é narrado o histórico do aluno naquele período, e
outras formas como dossiê e o portfólio. Em geral, o dossiê é um relatório mais elaborado, mais detalhado. Já o portfólio é o
registro da aprendizagem do aluno, através da seleção e arquivo de documentos por ele produzidos, e outros que evidenciam o
seu desempenho rumo aos objetivos propostos.
Observação
Através da observação são registrados os processos de aprendizagem realizados pelas crianças, a freqüência e qualidade das
interações estabelecidas pelos alunos com outras crianças, o professor e demais pessoas envolvidas na sua formação. A
principal utilidade da observação é fornecer uma visão ampla sobre todas as crianças, mas que destaque as particularidades de
cada uma. A observação é um procedimento importante para que o professor conheça o aluno, e reconheça a posição do aluno
frente ao tempo e espaço na escola, podendo ser realizada através de técnicas e formas pré-estabelecidas ou somente pela
sensibilidade do professor em captar informações transmitidas nas atividades cotidianas da criança.
Embora usualmente aplicada em técnica simples, a observação tem bom grau de confiabilidade e contribui para o planejamento
das atividades educativas, servindo como investigação e reflexão sobre o processo de aprendizagem diante da organização do
trabalho educativo e da intervenção pedagógica.
Consideradas as características da Educação Infantil, especialmente a precocidade etária dos alunos, verifica-se nessa etapa
da educação um ambiente propício ao uso da observação como técnica avaliativa, porque aproveita a naturalidade do
comportamento e a continuidade do processo, opondo-se à tensão e momentaneidade típicas da avaliação pontual.
Registro
A anotação escrita é a primeira forma de registro da avaliação, preservando informações que não podem ser apenas retidas pela
memória do professor. Porém, podem ser utilizados outros meios de preservação de dados, como a gravação audiovisual ou o
arquivamento do material produzido pelas crianças (portfólio).
A estrutura de um formulário de registro deve considerar alguns aspectos: onde, quanto, o que, como, quando registrar sobre
os alunos e finalmente, conter um espaço para as características especiais de cada aluno. Seu conteúdo e expectativa devem
ser adequados a cada ano de escolarização.
Quanto à periodicidade de registro, é recomendável a anotação diária das informações referentes ao processo de aprendizagem,
objetivando o registro seguro e preciso dos avanços e dificuldades percebidos em relação a cada aluno. A compilação de tais
dados pode ocorrer usualmente no intervalo bimestral, mesmo período usualmente utilizado para as outras formas de avaliações
formais.
O propósito do registro é coletar informações sobre o aluno que permitam ao professor uma comunicação direta com instrumentos
utilizados na Educação Infantil, assegurando um melhor desenvolvimento do aluno no que se refere às suas necessidades
cognitivas e intelectuais, ampliando-se até mesmo aos campos sociais e afetivos.
O relatório, que é um dos registros mais adequados à Educação Infantil, não pode conter valores ou indicativos que
discriminem a criança perante as demais ou a rotule. Por exemplo: Fulano é o melhor da sala ou Beltrano nunca aprende.
As três formas mais comuns de registro são o dossiê, o portfólio e as atividades escritas, que visam aferir se os objetivos
propostos estão sendo alcançados pelo grupo. Para o desempenho individual, existem, a ficha de registro docente e o relatório
descritivo (da criança):
a) dossiê: coletânea de atividades individuais ou coletivos, obtidos em períodos regulares e sucessivos.
b) portfólio: conjunto de registros relativos aos grupos, que não obedece a cronologia necessariamente e usualmente aplicados
em projetos específicos.
c) atividades escritas: são aquelas relacionadas ao tema trabalhado no momento, onde haja atividades que estimulem as
crianças a pensar sobre o tema, antes de se expressar, seja por palavras, desenhos ou qualquer outra forma gráfica.
Para que esses registros sejam eficientes é necessário que a coleta de dados seja imediata, planejada e contemple não somente
os resultados positivos, mas também as dificuldades e dúvidas dos alunos.
No aspecto individual, por um lado, pode-se trabalhar a ficha de registro docente, instrumento de uso exclusivo do professor,
onde resta registrado o desenvolvimento de cada criança, através de critérios e ponto de vista do professor. Diferencia-se do
relatório descritivo, que de forma textual, leva aos pais a avaliação da criança, possibilitando-lhes acompanhar sua
aprendizagem.
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segunda-feira, 23 de abril de 2012
quinta-feira, 19 de abril de 2012
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
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