dearptp/?id=8115

segunda-feira, 23 de abril de 2012

web-aulas

Prezado aluno,

Seja bem vindo ao conteúdo da disciplina de Organização e Didática na Educação Infantil. Desejamos que seus esforços sejam

produtivos e possam atingir os  objetivos que tanto almejamos!  As aulas Web são elaboradas com a finalidade de complementar

e aprofundar os conteúdos que foram ministrados durantes as tele-aulas, por isso, é importante que você, além de fazer as

leituras, realize também as atividades e participe do fórum de discussão que será proposto para que possa interagir com os

seus colegas do curso e professor. A disciplina busca contribuir com o aprofundamento dos conhecimentos pedagógicos da

Educação Infantil e está baseada em um saber científico e prático, dessa forma, apresento a ementa da disciplina:



Fundamentos da Educação Infantil. Planejamento, rotinas e avaliação. O profissional da Educação Infantil: identidade,

formação e profissionalização. O Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil.

Então, vamos começar, conhecendo os objetivos específicos de nossa disciplina:

- Reconhecer o planejamento de ensino como articulador da prática pedagógica na educação infantil;

- Identificar os princípios e os eixos da educação infantil, expressos no Referencial Curricular Nacional para Educação

Infantil;

- Verificar as concepções atuais sobre a formação de professores, refletindo sobre a construção da identidade profissional.

Após o término de cada unidade de estudo, será realizada uma avaliação para verificar como foi o seu aproveitamento, sendo

que a mesma estará em consonância com os tópicos abordados e objetivos estabelecidos.

Bom trabalho a todos!





WEB-AULA 1

ORGANIZAÇÃO E DIDÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL1


Para que o professor seja competente, não basta o domínio de conhecimentos, recursos e algumas técnicas de ensinar, mas ser

um profissional autônomo, criativo e que tenha compromisso com as necessidades dos alunos. Dessa forma, deve prever a

articulação entre aprendizagem e os cuidados diários, respeitando o ritmo e o desenvolvimento da criança. O planejamento

permite uma prática estruturada, pois envolve organização, sendo algo em permanente construção, flexível e composto por um

conjunto de ações, voltada aos objetivos educacionais. Um processo contínuo de tomada de decisões, que deve contemplar o

educar, o cuidar e o brincar, contribuindo para a autonomia das crianças, o conhecimento do seu corpo, a expressão artística,

a linguagem oral, entre outros. O professor deve ter clareza da importância de planejar o trabalho pedagógico, o qual deve

elaborar contemplando os momentos de rotina e os eixos da educação infantil: movimento, música, artes visuais, linguagem oral

e escrita, matemática, e natureza e sociedade.

O planejamento, além de contribuir com a programação da rotina, possibilita o desenvolvimento da aprendizagem significativa,

o registro das ações desenvolvidas e a avaliação do processo através de momentos a  individuais e coletivo. Promove a

intencionalidade da ação, atende aos interesses das crianças, a complexidade da proposta e a interação entre os envolvidos,

ou seja, professores e alunos.

No início do ano letivo, a escola tem espaço destinado para elaboração do planejamento escolar, com o acompanhamento da

equipe pedagógica. Contudo, percebemos certa descrença do professor em relação aos planos, como podemos observar nos dizeres

abaixo que Vasconcellos (2000) extraiu do cotidiano escolar:









O que dizem os professores (1)

O planejamento é uma estruturação inútil. É mera burocracia. Serve apenas para cumprir as exigências burocráticas. É perda de

tempo! Não serve para nada, é algo estéril. Para quê planejar, se já vem tudo pronto o que devemos dar? O planejado com muita

antecipação é inviável, devido às variações do cotidiano. Na hora de planejar, tudo bem, mas depois.....Planejamento bem

elaborado que só permanece no papel. A prática fica a desejar. Falta aplicação no dia-a-dia. Não adianta planejar: são tantos

alunos, cada um com seu ritmo e jeito de aprender....

O que dizem os professores (2)

Planejar é se amarrar é perder a liberdade. Escraviza o trabalho do professor; camisa de força. Pode nos podar, acabar com

nossa criatividade e as necessidades do aluno e da classe. Há uma cobrança muito grande para cumprir o programa. Eu tenho

medo de não cumprir o que planejei. A culpa, como sempre é do professor. Quando é exigido seu cumprimento, sem dar

importância se o aluno aprendeu o conteúdo, quando não pode ser refeito, tornando-o inflexível. Não pode ser reformulado

quando necessário. O plano vira um fim em si mesmo, não dá liberdade do aluno participar.

Após esta leitura é sua vez de contribuir, acesse o Fórum e faça um comentário em defesa do planejamento, demonstrando sua

importância e necessidade.

Os professores apesar de considerarem a importância do planejamento colocam uma série de obstáculos em sua realização,

percebendo-o apenas como algo burocrático, que é realizado por imposição da equipe pedagógica, como ato de preencher papéis.

Contudo, se não houvesse a cobrança, trabalhariam por longo tempo sem realizar planejamento, o que nos leva de maneira geral

a acreditar que esta prática está marcada pela descrença dos professores. Os professores precisam ser sensibilizados sobre a

necessidade de transformação.

Para planejar temos que ter claro o educando que queremos formar e a escola que temos e queremos, ter clareza quanto a nossa

concepção de escola e sociedade. Implica em uma tomada de decisão, onde precisamos saber o que pretendemos (objetivos), o que

ensinar? (conteúdos), como ensinar? (metodologia), como verificar se atingiram os objetivos? (avaliação). Planejar conduz a

transformação da prática pedagógica, sendo um meio e não um fim em si mesmo. Só podemos ensinar bem, se sabemos onde queremos

chegar.

Para planejar precisamos levar em conta algumas etapas:

Conhecimento da realidade - é importante conhecer as características e problemas que envolvem a realidade onde vai atuar,

momento de levantamento de dados sobre a realidade, uma sondagem para levantar os conhecimentos prévios do aluno.





Delimitação dos objetivos de ensino - Correspondem as finalidades da nossa ação educativa e são classificados em dois níveis:

Objetivos gerais: são aqueles previstos para um determinado grau ou ciclo, para uma escola ou área de estudos e que serão

alcançados em longo prazo. Exemplo: Ao término do curso, os alunos deverão ser capazes de...

Objetivos específicos: são aqueles definidos especificamente para uma disciplina, uma unidade de ensino ou uma aula. Exemplo:

Ao término da aula, os alunos deverão ser capazes de... (comportamento observável).

Os objetivos devem ser redigidos com linguagem clara e precisa, os objetivos gerais podem ser desmembrados em vários

objetivos específicos a serem alcançados em curto prazo.

Conteúdo – deve ser significativo, voltado para os interesses e necessidades dos alunos, o qual não deve ser trabalhado de

forma fragmentada, e possibilitar a interdisciplinaridade e visão crítica do aluno.

Metodologias de Ensino - Um dos fatores que norteiam a ação docente é a escolha dos métodos de ensino, que objetivam a

aprendizagem do aluno e a construção do conhecimento.                        

Devemos partir do princípio que os métodos são meios facilitadores do processo de ensino aprendizagem, no qual, teorias

pedagógicas e didáticas redefinem o significado da práxis. Podem ser selecionados de acordo com as necessidades de cada

conteúdo trabalhado, deve promover a problematização dos conteúdos e da prática social do aluno.

Recursos de Ensino – meios para orientar a aprendizagem do aluno e envolve os materiais que poderão ser utilizados no

desenvolvimento do trabalho.

Avaliação da Aprendizagem – deve levar em consideração a promoção da aprendizagem. A avaliação da aprendizagem permite

acompanhar o processo de construção de conhecimento por parte do aluno, e o professor pode agir sobre estes resultados,

revendo as falhas e verificando a evolução do aluno.

O professor precisa delimitar os objetivos a serem atingidos em relação a um determinado conteúdo e a avaliação não deve ser

pensada como um fim em si mesmo, mas ser vista como uma forma de se obter informações para trabalhar os resultados

apresentados e para isso deve utilizar-se de uma variedade de instrumentos.






WEB-AULA 2

ORGANIZAÇÃO E DIDÁTICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

O professor ao elaborar o seu planejamento de ensino, deve prever a criação de espaços lúdicos que envolvam jogos, brinquedos

e brincadeiras. É importante que a metodologia contribua para a autonomia do aluno, onde a criança possa ter liberdade de

escolha.

O brincar contribui para a aprendizagem, o desenvolvimento cognitivo e motor da criança, possibilita o seu desenvolvimento e

o seu processo de socialização. Por meio do brincar, a criança aprende de forma prazerosa, vivencia situações concretas de

aprendizagem, sente-se motivada, desafiada, amplia a sua linguagem.

É necessário que o professor insira o brincar em seu planejamento, pois sabemos que, por meio do brinquedo, a criança

constrói o seu universo, manipulando-o e trazendo para a sua realidade situações inusitadas do seu mundo imaginário.

A nosso ver, o brincar desenvolve o pensamento, as crianças aprendem por descoberta e buscam soluções para situações-problema

que vivenciam.  Autores afirma que este promove a atenção e a concentração e as crianças aprendem da forma que mais gostam,

através de atividades espontâneas e dirigidas.

O caráter educativo do brincar deve ser visto como uma atividade formativa, que possibilite o desenvolvimento integral do

sujeito quer seja, na sua capacidade física, intelectual e moral, como também a constituição da individualidade, a formação

do caráter e da personalidade de cada um. Na fase dirigida há a presença das brincadeiras como atividades cujo objetivo

específico é o de promover a aprendizagem de um determinado conceito, ou seja, além de serem marcados pela intencionalidade

do educador.

Ao brincar, os alunos reproduzem várias situações do seu dia-a-dia, trocam informações, saberes, comunicam-se, cabe ao

educador, possibilitar diversas experiências que envolvam músicas, sons de objetos, animais entre outros.






WEB-AULA 1

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL1

A avaliação na Educação lnfantil apresenta especificidades que a diferem da avaliação no ensino fundamental ou médio. É o

momento de registrar o desenvolvimento da criança, pois deve ser avaliada de acordo com o seu ritmo próprio, subsidiado por

informações extra-escola, notadamente sobre o seu comportamento em casa (sono, alimentação, disposição para brincar,

demonstrações de afeto, medos, rancores), e manter indicadores para as avaliações seguintes, que determinarão as intervenções

pedagógicas necessárias

O desempenho e as reações do avaliado nas várias atividades podem refletir o seu nível de cognição e o seu grau de

desenvolvimento. A avaliação na, Educação Infantil, deve auxiliar o processo de aprendizagem e fortalecer a auto-estima das

crianças, permitindo que elas acompanhem suas conquistas, suas dificuldades e suas possibilidades ao longo do tempo.

O professor de Educação Infantil deve ter em mente que ao avaliar uma situação ele não pode valorar a dificuldade do aluno,

mas sim, verificar se essa situação é importante e qual é o grau da dificuldade que o aluno possui. Também o responsável pela

sala deve estar atento ao estágio de desenvolvimento cognitivo no qual a criança se encontra e assim poderá intervir e

planejar sua prática pedagógica, propiciando condições ao aluno para que supere as suas dificuldades.

Na Educação Infantil as atividades de avaliação devem ser mais convidativas e possibilitar momentos de participação

espontânea e dirigida que propiciem a expressão real do que elas apreenderam.



A Avaliação Formativa na Educação Infantil



A avaliação formativa nessa modalidade de ensino é gradual e seqüencial, avaliando não a criança apenas, mas principalmente

as situações de aprendizagem que lhe são oferecidas, as oportunidades e experiências que vivencia e das quais decorrem as

expectativas dos resultados de sua avaliação. Por exemplo, um aluno somente conhecerá os nomes dos colegas de sala, se lhe

foi oportunizada essa informação, sua utilidade e importância.

Sobre a avaliação, o RCNEI – Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, sugere a avaliação formativa.

Observa-se que no volume 2 da obra (Formação Pessoal e Social), a avaliação está no item: observação, registro e avaliação

formativa, que traz a seguinte introdução:

A observação das formas de expressão das crianças, de suas capacidades de concentração e envolvimento nas atividades, de

satisfação com sua própria produção e com suas pequenas conquistas é um instrumento de acompanhamento do trabalho que poderá

ajudar na avaliação e no replanejamento da ação educativa. (BRASIL, 1998, p. 66)

Partindo do princípio de que a avaliação formativa baseia-se na interação da criança com o meio, a intervenção do professor

ocorre como um mediador de relacionamentos, de provocador de dúvidas e estimulador de pesquisa. Como consta no RCNEI:

A intervenção do professor é necessária para que, na instituição de educação infantil, as crianças possam, em situações de

interação social ou sozinhas, ampliar suas capacidades de apropriação dos conceitos, dos códigos sociais e das diferentes

linguagens, por meio da expressão e comunicação de sentimentos e idéias, da experimentação, da reflexão, da elaboração de

perguntas e respostas, da construção de objetos e brinquedos etc. Para isso, o professor deve conhecer e considerar as

singularidades das crianças de diferentes idades, assim como a diversidade de hábitos, costumes, valores, crenças, etnias

etc. das crianças com as quais trabalha respeitando suas diferenças e ampliando suas pautas de socialização. (BRASIL, 1998,

vol. 1, p. 30)




Na Educação Infantil deve conhecer seu alunos, seus interesses, necessidades e possibilidades, para que possa planejar

adequadamente e realizar a avaliação de forma contínua. É importante observar as dificuldades apresentadas pelas crianças,

para que posamos intervir e nesse momento retomar os objetivos para verificar em que mediada foram atingidos ou não

As vantagens dessa modalidade de avaliação é a igualdade de tratamento que se busca dar a todas as crianças, tanto nas

oportunidades como no atendimento às dificuldades. Também o registro diário multiplica as chances de acompanhamento das

crianças pelo professor, que durante todo o período verifica o estágio de aprendizado dos alunos. É a proximidade preconizada

no RCNEI:

Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que

possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal, de ser e estar com os outros em

uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade

social e cultural. Neste processo, a educação poderá auxiliar o desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento

das potencialidades corporais, afetivas, emocionais, estéticas e éticas, na perspectiva de contribuir para a formação de

crianças felizes e saudáveis. (BRASIL, 1998, vol. 1, p. 23).

Dentro do sistema educacional brasileiro, existem situações problemáticas a serem enfrentadas. Uma delas é o aspecto terminal

dado à Educação Infantil, que causa uma ruptura entre essa fase e o Ensino Fundamental. É como se as duas etapas fossem

cursos diferentes, tanto que algumas escolas adotam a formatura da educação infantil. Outra discussão ocorria até a recente

mudança para o ensino fundamental de nove anos, porque até então, a criança ingressava no ensino fundamental aos sete anos de

idade, desde que tivesse atingido padrões de aprendizagem de leitura e escrita definidos como mínimos aceitáveis para esse

ingresso no ensino fundamental. Caso contrário, permaneceria na chamada classe de alfabetização.

Observa-se que nos Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil, consta que:

A avaliação na Educação Infantil é definida a partir dessa concepção de desenvolvimento integrado, e assim deve ser

processual acontecendo de forma sistemática e contínua. Seu acompanhamento e registro têm objetivos de diagnóstico e não de

promoção ou retenção, exigindo a redefinição das estratégias metodológicas utilizadas com as crianças de 0 até 6 anos de

idade. (BRASIL, 2006, vol. 1, p. 32)

A avaliação não se presta, portanto, para o propósito de classificar o aluno ao ano escolar que o mesmo deve ser mantido ou

matriculado. Porque se assim for, incorre-se no maior problema da avaliação classificatória, onde um número (nota) define o

futuro do aluno, se ele permanece em determinada série ou progride para o próximo. A progressão definida somente nas notas

atribuídas em provas esparsas torna a evolução serial em um mecanismo automático, uma máquina separadora, onde a escola pode

decidir os rumos do aluno, transformando-o em um operário, automatizado e despreparado.

Não se trata apenas da progressão continuada, possível pelo parágrafo 2º do artigo 32 da LDB e que não é objeto do presente

estudo, mas do fato de que qualquer que seja a forma de progressão, a mera avaliação por notas isoladas não pode justificar a

movimentação do aluno entre os anos.

Importante também observar que existe um equívoco da chamada “classe de alfabetização”, que define o critério de

alfabetização como requisito para a passagem ao ensino fundamental, fazendo com que crianças que não tenham atingido os

padrões desejáveis de leitura e escrita não possam ingressar na fase seguinte, embora já tenham assimilado níveis

satisfatórios em outros campos de conhecimento (BRASIL, 1998, vol. 1, p. 59).






WEB-AULA 2

AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL



Na avaliação escolar são necessários instrumentos que acompanhem o processo de construção do conhecimento escolar, dessa

forma, deve se considerar a utilização de instrumentos diversificados, que alcancem as especificidades da evolução da

criança. No Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil encontramos que

A avaliação não se dá no momento final do trabalho. É tarefa permanente do professor, instrumento indispensável à

constituição de uma prática pedagógica e educacional verdadeiramente comprometida com o desenvolvimento das crianças (BRASIL,

1998, v. 3, p. 203).

Os instrumentos avaliativos mais utilizados nessa modalidade de ensino são a observação e o registro respectivo.

Documentalmente, o instrumento de avaliação mais comum é o relatório, onde é narrado o histórico do aluno naquele período, e

outras formas como dossiê e o portfólio. Em geral, o dossiê é um relatório mais elaborado, mais detalhado. Já o portfólio é o

registro da aprendizagem do aluno, através da seleção e arquivo de documentos por ele produzidos, e outros que evidenciam o

seu desempenho rumo aos objetivos propostos.





Observação

Através da observação são registrados os processos de aprendizagem realizados pelas crianças, a freqüência e qualidade das

interações estabelecidas pelos alunos com outras crianças, o professor e demais pessoas envolvidas na sua formação. A

principal utilidade da observação é fornecer uma visão ampla sobre todas as crianças, mas que destaque as particularidades de

cada uma.  A observação é um procedimento importante para que o professor conheça o aluno, e reconheça a posição do aluno

frente ao tempo e espaço na escola, podendo ser realizada através de técnicas e formas pré-estabelecidas ou somente pela

sensibilidade do professor em captar informações transmitidas nas atividades cotidianas da criança.

Embora usualmente aplicada em técnica simples, a observação tem bom grau de confiabilidade e contribui para o planejamento

das atividades educativas, servindo como investigação e reflexão sobre o processo de aprendizagem diante da organização do

trabalho educativo e da intervenção pedagógica.

Consideradas as características da Educação Infantil, especialmente a precocidade etária dos alunos, verifica-se nessa etapa

da educação um ambiente propício ao uso da observação como técnica avaliativa, porque aproveita a naturalidade do

comportamento e a continuidade do processo, opondo-se à tensão e momentaneidade típicas da avaliação pontual.



Registro

A anotação escrita é a primeira forma de registro da avaliação, preservando informações que não podem ser apenas retidas pela

memória do professor. Porém, podem ser utilizados outros meios de preservação de dados, como a gravação audiovisual ou o

arquivamento do material produzido pelas crianças (portfólio).

A estrutura de um formulário de registro deve considerar alguns aspectos: onde, quanto, o que, como, quando registrar sobre

os alunos e finalmente, conter um espaço para as características especiais de cada aluno. Seu conteúdo e expectativa devem

ser adequados a cada ano de escolarização.

Quanto à periodicidade de registro, é recomendável a anotação diária das informações referentes ao processo de aprendizagem,

objetivando o registro seguro e preciso dos avanços e dificuldades percebidos em relação a cada aluno. A compilação de tais

dados pode ocorrer usualmente no intervalo bimestral, mesmo período usualmente utilizado para as outras formas de avaliações

formais.

O propósito do registro é coletar informações sobre o aluno que permitam ao professor uma comunicação direta com instrumentos

utilizados na Educação Infantil, assegurando um melhor desenvolvimento do aluno no que se refere às suas necessidades

cognitivas e intelectuais, ampliando-se até mesmo aos campos sociais e afetivos.

O relatório, que é um dos registros mais adequados à Educação Infantil, não pode conter valores ou indicativos que

discriminem a criança perante as demais ou a rotule. Por exemplo: Fulano é o melhor da sala ou Beltrano nunca aprende.




As três formas mais comuns de registro são o dossiê, o portfólio e as atividades escritas, que visam aferir se os objetivos

propostos estão sendo alcançados pelo grupo. Para o desempenho individual, existem, a ficha de registro docente e o relatório

descritivo (da criança):

a) dossiê: coletânea de atividades individuais ou coletivos, obtidos em períodos regulares e sucessivos.

b) portfólio: conjunto de registros relativos aos grupos, que não obedece a cronologia necessariamente e usualmente aplicados

em projetos específicos.

c) atividades escritas: são aquelas relacionadas ao tema trabalhado no momento, onde haja atividades que estimulem as

crianças a pensar sobre o tema, antes de se expressar, seja por palavras, desenhos ou qualquer outra forma gráfica.

Para que esses registros sejam eficientes é necessário que a coleta de dados seja imediata, planejada e contemple não somente

os resultados positivos, mas também as dificuldades e dúvidas dos alunos.

No aspecto individual, por um lado, pode-se trabalhar a ficha de registro docente, instrumento de uso exclusivo do professor,

onde resta registrado o desenvolvimento de cada criança, através de critérios e ponto de vista do professor. Diferencia-se do

relatório descritivo, que de forma textual, leva aos pais a avaliação da criança, possibilitando-lhes acompanhar sua

aprendizagem.